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Guilherme Rambo

Magic Keyboard: como foi usar teclado "profissa" do iPad Pro

Guilherme Rambo

08/05/2020 04h00

Divulgação

Com o lançamento do iPadOS 13.4 no final de março, a Apple trouxe suporte completo a mouse e trackpad no sistema. O uso desses dispositivos — que já era possível antes como recurso de acessibilidade — agora é apenas mais uma forma de interagir com o iPad, algo que agradou muitos usuários do tablet.

Além da inclusão desse recurso no software, a empresa também lançou o novo Magic Keyboard para iPad Pro, que traz consigo um trackpad, transformando o iPad em algo mais parecido com um notebook 'tradicional".

Estou usando o novo Magic Keyboard com meu iPad Pro de 11 polegadas (modelo 2018) há pouco mais de uma semana. A primeira coisa que chama atenção ao tirá-lo da caixa é o peso. Com 600 gramas, o Magic Keyboard é mais pesado que o próprio iPad. Os dois juntos pesam aproximadamente 1 kg.

Particularmente, não é algo que me incomode no uso normal do acessório. Comparado com minha principal ferramenta de trabalho — um MacBook Pro de 16 polegadas — o iPad com o Magic Trackpad parece bastante leve e a portabilidade entre os dois é incomparável.

Algo que esse peso traz é uma percepção de que o produto é bem feito. Ele é muito sólido e consegue segurar muito bem o iPad no seu mecanismo, o que é feito inteiramente com ímãs. Ao mesmo tempo que magnetismo faz um ótimo trabalho de manter o iPad firme no suporte, removê-lo não exige força: basta puxar levemente o iPad pela parte inferior (que fica "flutuando" no suporte) e ele sai com facilidade.

Falando no mecanismo: talvez ele seja uma das partes mais interessantes do acessório. Cerca de 3/4 da parte de trás do iPad ficam em contato direto com o suporte, enquanto a parte inferior "flutua" acima da primeira coluna do teclado. É impossível olhar para ele de lado e não lembrar do velho iMac "abajur".

Embora visualmente a impressão seja de fragilidade, na prática isso não ocorre. É possível tocar em todas as partes da tela do iPad enquanto está no acessório sem derrubar ou balançar o conjunto. Usando o Apple Pencil na tela com a inclinação no máximo é possível perceber um pequeno movimento, mas nada que chegue a atrapalhar o uso.

O uso do iPad com Magic Keyboard no colo exige um pouco de adaptação. A distribuição de peso é bem diferente de um notebook comum, afinal a maioria dos computadores de colo possuem o maior peso na parte de baixo, enquanto no iPad Pro com Magic Keyboard o peso fica concentrado na parte de cima, na tela.

Usando o conjunto no colo, recomendo manter as palmas das mãos apoiadas no teclado, para evitar possíveis acidentes. Nesse cenário, é possível perceber um pouco de movimento na tela enquanto se digita no teclado, ainda assim não o suficiente para atrapalhar seu uso.

O teclado em si foi feito com o mesmo mecanismo "tesoura" dos novos MacBooks Pro, muito mais confiável que o antigo mecanismo "borboleta" — fonte de muitas dores de cabeça para seus usuários. A sensação que tenho ao digitar nele é praticamente idêntica àquela que tenho ao digitar no MacBook Pro de 16 polegadas. As teclas parecem um pouco mais firmes e silenciosas, mas isso pode ser pelo fato de ainda ser muito novo.

Para quem pretende usá-lo no iPad de 11 polegadas como eu e está acostumado a digitar em teclados maiores, também é necessária uma certa adaptação, pois ele é um pouco menor, mas em poucas horas de uso eu já consegui digitar tão bem nele quanto no Mac.

Usuários de Mac estão acostumados a trackpads gigantescos, o que não é o caso no novo Magic Keyboard. O trackpad do meu MacBook Pro parece ser umas 4 vezes maior que o do iPad. Apesar dessa redução de tamanho, eu não tive problemas para usá-lo com eficiência no iPadOS — afinal, a tela inteira também é um trackpad, tornando o trackpad do teclado um mecanismo de interação secundário na maioria das vezes.

Além de todos esses recursos, o acessório também conta com uma porta USB-C que pode ser usada para carregar o iPad Pro durante seu uso. Além de ser melhor esteticamente — afinal carregar o iPad com a porta que fica "flutuando" seria inconveniente — isso permite o uso do iPad conectado à energia ao mesmo tempo em que se usa a sua porta USB-C principal para algum acessório.

Se fosse para dar uma nota de 0 a 10 para o acessório, eu daria um 9. Para chegar ao 10, ficaram faltando uma tecla ESC — que pode ser emulada com ⌘. — e algumas teclas de função para facilitar tarefas como mudar o brilho da tela, controlar volume, entre outras. Além disso, o preço alto do acessório também faz perder alguns pontos.

No Brasil, ele começa em R$ 2.339,10 à vista para o modelo de 11 polegadas. Definitivamente é um acessório que vale a pena somente para quem usa muito o iPad. Ele é compatível com o iPad Pro de 12 polegadas de terceira e quarta geração e com o iPad Pro de 11 polegadas de primeira e segunda geração.

Sobre o autor

Guilherme Rambo é programador desde os 12 anos. Especialista em engenharia reversa, é conhecido mundialmente por revelar os segredos da Apple antes mesmo dos anúncios da empresa, além de programar para as plataformas da empresa.

Sobre o blog

Dos segredos escondidos nos códigos da Apple às tendências do mundo da tecnologia, o blog Entre Linhas aborda semanalmente os temas mais interessantes e atuais do mercado tecnológico sob o ponto de vista do programador Guilherme Rambo.